terça-feira, fevereiro 28, 2006

Itália (segundo Bryson)

Bill Bryson apresenta no seu livro Neither Here nor There (que estou a ler na versão portuguesa traduzida por Manuel Marques) algumas descrições engraçadas de europeus, ainda que sejam generalizações fáceis que seguem estereotipos comuns. Pelas citações que li na capa estava à espera de ver mais dessas descrições, que dão graça ao texto. Mas só aparecem de longe a longe...

Mas uma que vi foi sobre a Itália: “O país tem a estrutura social de uma república das bananas e, contudo, o espantoso é que evolui. Tem actualmente a quinta economia mais próspera do mundo, o que é um feito desconcertante face a uma tal desordem crónica. Se os Italianos tivessem a ética de trabalho dos Japoneses, podiam ser senhores do planeta. Graças a Deus não tem. Estão demasiado ocupados a despender as suas energias consideráveis nas minúcias prazenteiras do dia-a-dia – com as crianças, com a boa comida, a discutir nos cafés – o que na verdade é o melhor a fazer.” (p.165) Pelo pouco que conheço da política italiana, não posso deixar de partilhar o espanto traduzido na primeira parte do parágrafo...

sábado, fevereiro 25, 2006

PT nos Jogos Olímpicos II

Acabei de ir verificar a prestação do nosso compatriota nos Jogos Olímpicos de Torino. De 97 atletas que acabaram os 15km de Ski de Fundo (não sei bem se é assim o nome da disciplina em português), ele foi 94. Não será brilhante, mas atendendo que ele era o quarto na lista de partida e houve duas desistências, até é capaz de ter atingido os seus objectivos (imagino que a ordem de partida fosse inversa do ranking do atletas...).

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Cartoons em PT

Demorou mas veio finalmente o primeiro comunicado islâmico com pés e cabeça (que eu vi).
A Comunidade Islâmica Lisboa "compreende que os muçulmanos tenham ficado chocados e desagradados" e condena "veementemente as manifestações e acções de violência e vandalismo".

Acreditando que estes são os verdadeiros muçulmanos e que se sobreporão aos energúmenos que aparecem na TV, ainda há esperança na cohabitação entre religiões.

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Anúncio Audi

O anúncio que celebra os 25 anos do Audi Quattro está bem engraçado (alta resolução (5 MB) ou baixa resolução (2,5MB)) e é interessante ler o artigo acerca da bricandeira que a Audi organizou. Mas o mais impressionante é mesmo ver as fotografias do carro a subir a rampa para saltos!

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Nacionalidade

Como emigra, a história da nacionalidade toca-me de forma particular.

Acabei de ler que a nova Lei da Nacionalidade vai permitir aos netos de emigrantes portugueses obterem a nacionalidade. Na notícia que li não se entrava em detalhes. Não posso estar de acordo com tal alteração sem que haja condições mais específicas e restritivas. Uma primeira que me surge imediatamente é a história da língua e da cultura. Não me parece aceitável que se o passaporte a alguém que não saiba falar português fluentemente e não conheça minimamente a história e cultura portuguesas (independentemente de ter vivido em PT ou não). Isto aplica-se também aos filhos de imigrantes em PT...

Só para fazer um paralelo, cidadãos extra-europeus que queiram ter visto de residência nos Países Baixos terão a breve prazo (se é que isso ainda não entrou em vigor) que fazer um curso de integração e passar num curso de língua antes mesmo de poderem entrar no país! E, tanto quanto sei, só depois de cinco anos a viverem na NL terão direito a pedir a nacionalidade!

Mas voltando à nova lei portuguesa. Qual é a ligação que alguém terá a PT se os pais já não têm a nacionalidade? E se todos os países adoptassem o mesmo princípio, haveria pessoas que poderiam ter pelo menos quatro nacionalidades! Será que alguém poderá conhecer e dominar quatro culturas e sentir-se nacional de quatro países? Eu sei que conheço bem três, mas continuo a ser tuga!

Serei só eu que percebi mal as implicações (e aplicações) da lei?

terça-feira, fevereiro 14, 2006

FA-UTL

Já em tempos idos, quando eu era estudante universitário, me fazia muita confusão a barafunda que sempre reinava na Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa. Entre os relatos televisivos de greves dos estudantes e as experiências contadas na primeira pessoa por um amigo que lá andava, tudo aquilo me parecia irreal tal era a anarquia reinante que permitia praticamente a cada professor ditar as regras de conduta e avaliação conforme quisesse e mudá-las sempre que uma série de imperativos o ditasse. Tais imperativos estariam bem definidos no código pedagógico que muitos seguiam a rigor, incluindo, entre muitos outros que desconheço, a direcção do vento no Alto da Ajuda, o tempo passado nos engarrafamentos no último mês, semana ou dia, o número de multas passados pela BT por excesso de velocidade ou o número de vezes que os alunos adormeciam nas suas aulas.

Más línguas diziam que a culpa era do Taveira e, quando ele de lá saíu, as coisas teriam acalmado.

Talvez até seja verdade, mas quando oiço histórias frescas desse viveiro da arquitectura portuguesa, tenho a nítida sensação de estar a ouvir as histórias de há 5 ou 10 anos atrás que tão colorida imagem deixaram na minha imaginação.

Segundo sei de fonte interna segura, os prazos continuam a ser puramente especulativos (uma vez que vão mudando conforme interlocutor, hora do dia, altura do ano, estado do projecto e, claro está, o vento no Alto da Ajuda). Duvido mesmo que muitos dos professores da FA saibam o que é ou como utilisar um calendário ou uma agenda, embora isso venha tipicamente em favor da qualidade dos trabalhos dos estudantes mas em detrimento da sua capacidade de organização e habilidade de planear o que quer que seja a mais de um (pseudo-)prazo de antecedência. Também os critérios de avaliação são algo de volátil e, talvez por isso, ninguém chegua bem a saber com antecedência como, quando ou onde é que se vai fazer a avaliação.

Mas o que me levou a escrever este post, foi uma cadeira em particular que teria que terminar com uma oral. À partida a oral era obrigatória e seria impreterivelmente realizada no dia X de manhã. O próprio professor assegura que é completamente impossível a qualquer aluno mudar a data, pelo que ninguém pode sair da cidade nesse dia. Passados uns tempos (provavelmente mais um efeito colateral das imprevisiveis mudanças do vento no Alto da Ajuda), a oral passa a ser na semana seguinte. Mais tarde deixa de ser obrigatória para quem tenha menos de 7 ou entre 10 e 16. Mas, aberração nunca antes vista (talvez por ter feito engenharia), todos têm que lá estar às 9h do dia da oral para saberem se têm que fazer oral nessa mesma manhã. Ao que parece faz-se mesmo a chamada... e o que acontece a quem esteja doente mas esteja isento de oral? E se, tendo mais de 16, não se quiser fazer oral? Fica-se com a nota máxima que dá direito à isenção? (no IST era assim, como ditam todas as regras de senso comum...)

Será que não há associação de estudantes nem conselho pedagógico que tente melhorar estas situações aberrantes por forma a proporcionar um ensino normal de qualidade?

(não me levarão a mal os arquitectos da FA, mas ainda bem que há sempre um engenheiro a verificar os projectos de pontes e edifícios, pois a subvalorização do efeito do vento do Alto da Ajuda poderia ter efeitos catastróficos!)

domingo, fevereiro 12, 2006

Direito à não descongelação

Não deixa de ser um caso interessante... a luta pelo direito de guardar os pais congelados na cave.

Pessoalmente não creio que haja alguma esperança, em tempos próximos, de os corpos congelados dos pais do litigante serem reavivados. Não me parece sequer que fosse interessante atendendo quer à condição em que os corpos estarão, quer ao choque cultural que seria voltar a viver mais de 20 anos depois (já se fizeram vários filmes sobre isso).

No entanto, não deixa de ser discutível se o estado tem o direito de proibir o herdeiro de guardar os corpos congelados, se tal não trouxer riscos de saúde pública.

E, já agora, uma questão secundária, mas potencialmente relevante para o futuro dos cadáveres: será que haverá ainda orgãos que poderiam ser doados a quem precise? (atendendo quer ao seu estado imediatemente antes da morte, quer ao processo de congelamento e manutenção)

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

PT nos Jogos Olímpicos

Com todos os media a falarem da abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno em Turim, ocorreu-me ir verificar se Portugal também estaria representado.
Claro que não temos tradição em nenhuma das modalidades dos jogos de inverno, mas caramba, se até a Jamaica tem uma equipa de bobsleigh...

Conclusão da visita ao site oficial dos JO: temos um representante! Nasceu nos EUA mas tem cara, apelido e até altura de tuga.

Força, Danny!

terça-feira, fevereiro 07, 2006

MST on-line III

Aqui há tempos tinha tentado perceber se o Miguel Sousa Tavares não tinha um blog ou algo de semelhante (e perguntei aqui se alguém sabia). Em conversa no outro dia ouvi dizer que sim, pelo que fui novamente à procura. Acabou por não ser tarefa muito difícil. Lá consegui encontrar um blog onde alguém (presumo do primeiro post que seja conhecido do MST) põe os textos publicados por MST na imprensa portuguesa (actualmente semanalmente no Expresso e na Bola). E isto já desde Março de 2005...

O Emigra (sem acesso fiável aos jornais em causa) agradece ao incógnito que se dá ao trabalho de lá ir pôr os textos publicados!

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Stones censurados!

É incrível este falso puritanismo dos americanos! Seria compreensível que quisessem evitar momentos inesperados como o que aconteceu com a Janet Jackson, mas chegar ao ponto de censurar as letras das canções dos Rolling Stones que foram escolhidas para serem cantadas tal como foram editadas em albúm...

Nem a propósito, este incidente vem na altura em que na Europa tanto se discute a liberdade de imprensa que nos EUA é sagrada (como eles gostam de apregoar!).

domingo, fevereiro 05, 2006

Ainda os cartoons.dk

Como teria dificuldades em explicar melhor a minha opinião em relação à interminável polémica dos cartoons (já fiz uma pobre tentativa) , subscrevo integralmente a segunda parte da crónica do Miguel Sousa Tavares no Expresso desta semana.
Vale a pena ler e dar a ler pois a defesa da sociedade europeia que temos (e queremos) passa também pela intransigência na aplicação dos nossos princípios e valores na Europa, por muito que isso possa incomodar grandes poderios económicos estrangeiros (que nunca se dignaram sequer a tentar perceber esses mesmos princípios).

sábado, fevereiro 04, 2006

Monteiro na F1 VI

Depois de muita espera, o Tiago Monteiro foi finalmente confirmado como segundo piloto da Midland durante a apresentação do novo carro.
Terminou esta saga que praticamente já durava desde o final da época passada (ficam assim esclarecidas as dúvidas que bloguei por aqui).

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Bartoon com Maomé?

Ainda a proposito da polémica com a aparição de Maomé nos cartoons dinamarqueses (ver post anterior), o Bartoon de ontem está engraçado.

Ficou-me a curiosidade... será que o Público (e outros jornais portugueses) publicou os cartoons originais?

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Cartoons "incendiários"

Acabei de ver os cartoons de que toda a gente fala que nem me pareceram especialmente ofensivos. A meu ver o problema não são os cartoons mas, como muitas outras vezes, as reacções manipuladas de populações ignorantes.
A liberdade de expressão deve, de facto, ter como limite o respeito pelos outros, mas respeito não significa adopção dos seus princípios, leis e regras. Assim sendo (mantendo reservas quanto a eventuais cartoons de mau gosto), acho muito bem que a imprensa europeia republique os cartoons. O France Soir terá feito bem ao juntar aos originais um cartoon com figuras sagradas de outras religiões. Mas o seu director foi despedido por causa disso (por um franco-egípcio que será cristão).

É triste que o mundo árabe seja sempre (ou dê sempre a imagem de ser) tão intolerante e extremista, condenando imediatamente a Dinamarca e a EU, em vez de, eventualmente, culpar o jornal em causa. No entanto, quando leio opiniões de (prováveis) muculmanos como Mohammed (Helsinki), Arash(Iran), Azar Khurshid (London) e Amin Hadjaran (Karaj / Iran) penso que ainda há esperança. Infelizmente serão ainda uma minoria não ruidosa!